30 de julho de 2013

Cenas que você não viu em The Walking Dead


The Walking Dead é uma das séries de maior sucesso na atualidade e certamente todo mundo já assistiu pelo menos um episódio. O cerne da história é a de um grupo tentando sobreviver em meio a um apocalipse zumbi. Liderados pelo policial Rick, o grupo, no decorrer da história, vê que os zumbis são apenas parte dos problemas ao qual eles terão que enfrentar.


Rick Grimes, interpretado pelo ator inglês Andrew Lincoln.


Mas o que muita gente não sabe é que o seriado foi inspirado nos quadrinhos de mesmo nome, de Robert Kirkman e Tony Moore. Sendo publicado desde 2003, as HQs de The Walking Dead são um fenômeno tal como o próprio seriado. Lançado mensalmente, atualmente o gibi já está na edição 112. Vejam só, já são 10 anos de publicação, só pra vocês terem uma dimensão do sucesso.

Mas algumas coisas que aconteceram nas HQs não foram (pelo menos ainda) retratadas no seriado. Neste post irei focar nas cenas mais violentas (marca registrada de TWD) que aconteceram na HQ e não foram mostradas na série de televisão.

As cenas não estão em ordem hierárquica de violência, mas sim na ordem em que aconteceram tais eventos. Vamos a elas:



Suicídio duplo
Edição 14: Rick e seu grupo encontraram refúgio dos zumbis atrás das grades, assim como acontece também no seriado. Nas HQs, o braço direito de Rick é Tyreese, que tem uma filha, chamada Julie. Ela e seu namorado, Chris, abalados pela nova realidade que os cercam, convencem um ao outro de cometerem suicídio, a fim de juntos deixarem esse novo mundo infernal. Mas no fim, Chris titubeou e apenas Julie morre.




Filhas de Hershel decapitadas
Edição 15: Ainda tendo a prisão como lar, Hershel e sua família, que concordaram em deixar sua fazenda para seguir Rick, foram duramente castigados quando as filhas mais novas de Hershel, Rachel e Susie, foram brutalmente assassinadas. As duas caçulas foram degoladas e, pra deixar a cena mais bizarra, suas cabeças zumbis logo se manifestam, obrigando uma dura atitude dos membros do grupo.




Michonne sendo torturada
Edição 28: Dessa vez, Rick, Glenn e Michonne vão até Woodbury e lá conhecem O Governador. Michonne, assim como no seriado, desconfia da filosofia imposta pelo Governador. Isso acaba fazendo com que ele tenha mais "atenção" para com ela. Posteriormente fazendo-a de prisioneira, o Governador a tortura das piores maneiras possíveis, tanto psicologicamente como sexualmente.




A revanche de Michonne
Edição 33: Não demorou muito para que Michonne tivesse sua vingança. Ela acaba conseguindo escapar do seu cativeiro e faz questão de ir atrás do Governador. Quando ela o encontra, ela o tortura de infindáveis maneiras. Pra começar, ela só arranca o braço dele. Bem simples.






O abraço mortal
Edição 41: A protagonista da cena desta vez é Carol. Nas HQs, Carol teve um breve relacionamento com Tyreese (que a traiu com Michonne). Tal acontecimento acaba deixando-a depressiva, ainda mais quando ouve uma recusa de Lori, sobre uma proposta pra lá de estranha que ela mesmo propõe. No fim, se sentindo sozinha, Carol se atira pra cima de um zumbi permitindo que ele a devore. Um suicídio impactante, ainda mais pelo fato de Carol ter uma filha pequena.



R.I.P. Tyreese
Edição 46: O Governador descobre sobre a prisão a qual Rick se refugia e, a fim de tomá-la, parte para o ataque. Sua carta na manga se deve ao fato de ter Tyreese, amigo de Rick, como refém. Vendo que Rick não iria ceder a prisão, o Governador começa a desferir vários golpes de espada na nuca de Tyresse, decapitando-o, para impressionar ao grupo de Rick.




A pior perda de Rick
Edição 48: O grupo do Governador consegue invadir a prisão, causando uma verdadeira guerra contra Rick e seu grupo. Nitidamente em menor número, Rick se vê obrigado a fugir junto com seu pessoal. O que ele não esperava era que um dos membros do grupo inimigo conseguisse acertar um tiro certeiro em Lori, sua mulher, e em sua filha recém-nascida.




O surgimento de um pequeno psicopata
Edição  61: Já sem um lar, o grupo de Rick agora se torna nômade. Numa parada para descansar, um dos gêmeos filho de Allen acaba assassinando o próprio irmão. Ele praticamente estripa seu próprio irmão. Nitidamente confuso com a gravidade do que tinha acabado de fazer, o garoto homicida alega aos outros que seu irmão logo voltaria a vida, assim como fazem os zumbis.




Chacina dos Caçadores
Edição 66: O grupo de Rick é surpreendido por um bando de caçadores canibais. A primeira vítima do grupo é Dale, que tem sua perna amputada e devorada pelo novo e estranho grupo. Rick e o restante planejam então dar um fim ao grupo inimigo e, já demonstrando total frieza de sentimentos, eles os encontram e assassinam a todos de forma brutal, sem nenhuma compaixão. Pra finalizar, os canibais são lançados a uma fogueira, tendo assim o seu fim decretado por Rick e seu grupo.



Difícil escolha de Rick
Edição 83: Rick e seu grupo finalmente encontram abrigo em Alexandria, uma comunidade totalmente civilizada que contrariava a dura realidade apocalíptica. Mas no fim, a paz que perdurava é brutalmente interrompida quando os zumbis conseguem transpor-se as barreiras defensivas da comunidade. Rick, que tinha começado um romance com Jessie, habitante do lugar, se viu forçado a abandoná-la aos zumbis em uma fuga, quando Jessie desesperadamente segura Carl, filho de Rick, pelo braço. A solução: desmembrá-la.



Adeus olho
Edição 83: Ainda em fuga dos zumbis que invadiram Alexandria, Rick e Carl se veem cercados pelos mesmos. Não muito longe dali, o decadente ex-líder da comunidade, Douglas, de forma impensada, começa a disparar seu revólver a esmo. Um dos tiros acaba acertando Carl bem no rosto.






A execução de Glenn
Edição 100: Após ao ataque zumbi, Rick consegue reerguer Alexandria e fica sendo o líder da comunidade. Porém, Rick acaba sendo surpreendido quando um novo grupo aparece. O novo grupo, liderado pelo impiedoso Negan, é bastante numeroso e acabam obrigando ao povo de Alexandria para que trabalhem para eles. Para demonstrar seu nível de poder, Negan, com seu bastão chamado Lucille, escolhe um membro de Alexandria aleatoriamente e o assassina na frente de todos os outros. O escolhido é Glenn.



O traidor estripado
Edição 111: Aqui vemos mais uma demonstração da crueldade de Negan. Dessa vez a vítima é Spencer (filho de Douglas), que ao demonstrar total insatisfação com a liderança de Rick, propõe a Negan um boicote ao seu líder, para que assim ele mesmo possa ser o novo líder. Negan, totalmente contrariado nega a proposta de Spencer. A melhor maneira de dizer não, para Negan, foi simplesmente estripar Spencer em plena rua. Bastante convincente pra mim.



São muitos momentos polêmicos no decorrer da história, esses foram apenas alguns ao qual eu lembrei. Se você ainda não viu o seriado, não perca tempo e veja logo. Se você ainda não leu as HQs, saiba que a leitura é bastante válida. Espero que tenham gostado.


6 de julho de 2013

Top 20 Álbuns dos anos 90 - Parte 2 (10º ao 1º)

Prosseguindo com a lista dos melhores álbuns dos anos 90, entramos no Top 10 da lista. Se entre o 20º e o 11º houve um predomínio do Rap, com 6 álbuns, agora vemos uma maior diversidade de gêneros: o Grunge marca presença em peso, o Rap ainda perdura e o Hard Rock e o Progressivo se apresentam. Confiram...

*Relembre a 1ª parte: 20º ao 11º


10º - Californication - Red Hot Chili Peppers (1999)


Após a saída do guitarrista Dave Navarro da banda, o RHCP ficou seriamente fadado a uma crise interna. Até que numa decisão triunfal os membros do grupo decidem resgatar aquele que deveria ser o guitarrista eterno do RHCP, John Frusciante, que já tinha sido integrante da banda e teve sua saída da mesma causada pelo uso excessivo de drogas. Mas agora John estava limpo. E junto com ele, o RHCP renasceu. Californication, 7º álbum da banda, abordou diversos temas como drogas, morte e a globalização. As músicas continuaram libidinosas e divertidas, mas agora tinham uma pegada mais espiritual. É a mistura perfeita do Funk com a psicodelia.

Faixas de destaque: Californication / Scar Tissue


9º - In Utero - Nirvana (1993)


In Utero foi o último álbum do Nirvana. Com um som propositalmente diferente do Nevermind, o Nirvana, através de uma sonoridade mais crua e agressiva, voltava à sua origem. Kurt Cobain sentia-se incomodado com a alta exposição que ele vinha tendo na mídia, graças ao Nevermind, daí o "exagero" no modo de fazer as músicas para o álbum. A expectativa do público era colossal e, apesar do sucesso perante ao mundo da música, o sucessor do Nevermind não obteve o mesmo retorno. Objetivo cumprido, já que o Nirvana não visava o status de banda mainstream. Estava nítido em suas letras que mais soavam como desabafos. O álbum que, inicialmente, se chamaria 'I hate myself and I wanna die' (Eu me odeio e quero morrer) foi a carta de despedida de Kurt.

Faixas de destaque: Rape Me / Heart-Shaped Box


8º - Rage Against the Machine - Rage Against the Machine (1992)


Um som tenso, intenso e nervoso. Esse é o resumo do álbum homônimo do Rage Against the Machine. Os riffs marcantes e técnicos do guitarrista Tom Morello e o vocal agressivo de Zack de La Rocha foram o estopim necessário para fazer com que o álbum se tornasse um marco. A música era invocada e fluía agressiva e politizada, numa raiva espontânea exposta em um álbum com performances cheias de atitude e revolta. Sem dúvida é um dos álbuns mais pesados da história, ainda mais por tratar de questões incomuns no cenário musical da época. A mistura do Rock com o Rap foi o casamento perfeito para a banda.

Faixas de destaque: Killing in the Name / Know Your Enemy


7º - Ready To Die - Notorious BIG (1994)


Ready To Die foi o primeiro álbum do rapper Notorious BIG e logo na capa dele vemos um bebê, representando-o, com a frase "Pronto para Morrer" logo abaixo. A polêmica não se limita apenas à capa, ela transcende no seu conteúdo lírico. Nele, BIG meio que fez sua autobiografia, relatando seu passado envolvimento no mundo do crime. A habilidade do rapper em contar histórias é notável e ele fez isso de forma simples, num Rap fácil de entender e digerir. O flow de BIG é elogiável e a áurea ora sombria, ora suave do álbum culminou em consagrar de vez o rapper. As letras denotam os altos e baixos sofridos por BIG. Prova disso é o desfecho depressivo do álbum, ao qual na última faixa o rapper se suicida após um breve desabafo sobre sua frustração na vida ao qual ele vinha tendo.

Faixas de destaque: Ready To Die / Juicy


6º - Ten - Pearl Jam (1991)


Ao lado do Nevermind, do Nirvana, o álbum Ten (primeiro da banda) é o principal representante do movimento Grunge e, sem dúvidas, é um dos principais álbuns da década, quiçá do Rock em geral. Ten foi a entrada do Pearl Jam no cenário musical, o álbum explora a completa amplitude do Grunge, com letras compostas com uma estrutura severa, abordando temas depressivos como rompimentos amorosos, solidão e suicídio. A voz profunda e forte de Eddie Vedder é um dos destaques do disco. Sua entrega vocal lhe rendeu alguns "imitadores" posteriormente. Ao contrário do Nevermind, que teve suas raízes oriundas do Punk, o Ten teve raízes oriundas das músicas do início da década de 70, de bandas como Led Zeppelin e The Who. Lançado um mês antes do Nevermind, o álbum Ten também ajudou e muito para o crescimento do Grunge.

Faixas de destaque: Black / Jeremy


5º - The Chronic - Dr. Dre (1992)


Dr. Dre é bem mais conhecido como produtor do que como rapper, mas nesse álbum ele conseguiu com êxito juntar as duas vertentes do seu arsenal. Gravado após sua conturbada saída do grupo NWA, The Chronic (que teve participação de um novato Snoop Dogg) contém insultos ao seu ex-parceiro de rimas, Eazy-E. O diferencial não pára por aí: na época em que foi lançado, os conflitos raciais tomavam de assalto Los Angeles, devido a liberação de policiais brancos envolvidos no espancamento do cidadão negro Rodney King. As letras, que falam sobre a violência, o sexo e a vida na periferia, fez com que o "poder" voltasse à juventude negra dos guetos. Popularizou o chamado G-Funk, com sua produção inovadora e envolvente. E, além de afetar o Rap gradativamente, foi o álbum responsável por desbancar o Rock e o Pop das paradas de sucesso.

Faixas de destaque: Nuthin' but a 'G' Thang / Let Me Ride


4º - The Division Bell - Pink Floyd (1994)


Esse foi o último álbum do lendário grupo britânico, o Pink Floyd. Ao meu ver, o álbum é inferior aos outros clássicos do grupo (The Dark Side of the Moon, The Wall, Wish You Were Here e Animals), mas nem por isso deixa de ser genial, pelo contrário, só reforçou o status de deuses do Rock Progressivo da banda. A sonoridade soa soberba e perfeita e deve ser apreciada com calma, assim como em todos os outros álbuns do Pink Floyd. Nessa época, eles já não contavam mais com o baixista Roger Waters, que era um dos principais idealizadores de material da banda, mas nem por isso a qualidade na produção foi comprometida. O tema central do álbum é a comunicação (ou a falta dela) e o principal foco do álbum é mostrar que os principais conflitos na vida podem ser resolvidos através do diálogo. O Pink Floyd terminou sua rica história com um final feliz.

Faixas de destaque: High Hopes / A Great Day for Freedom


3º - All Eyez on Me - 2Pac (1996)


Primeiro álbum duplo do Rap, All Eyez on Me foi a cereja do bolo na carreira de 2Pac. Foi o último álbum lançado ainda em vida pelo rapper mais polêmico de todos os tempos. Lançado após sua saída da cadeia, havia uma grande expectativa em como esse álbum iria soar. As músicas, agora menos sociopolíticas, estavam bem diferentes das dos primeiros álbuns. Nelas, 2Pac expôs várias de suas personalidades: ora um gangsta, perigoso e hostil com seus desafetos; ora um ativista que poetizava sobre a rua. Em alguns momentos tinha um tom messiânico, como a de um líder que visava uma mudança benéfica nas ruas. Considerado por muitos (inclusive por mim) como o melhor álbum do gênero, All Eyez on Me foi a coroação de 2Pac no mundo do Rap. E seu reinado perdura mesmo depois de sua morte.



2º - Use Your Illusion - Guns N' Roses (1991)


Um álbum duplo que consagrou o Guns numa das maiores bandas do mundo. A banda alcançou o topo do mundo musical em um cenário onde bandas como Pearl Jam e Nirvana vinham em enorme crescimento. Enquanto o 'Appetite for Destruction' era puro Hard Rock, Use Your Illusion teve um pouco mais de country e blues, mas sem abandonar o Hard Rock que fez sucesso no primeiro álbum. Com suas baladas arrasadoras, Use Your Illusion foi lançado como uma arma nuclear e seu efeito foi tão devastador como uma. Os frontmans da banda estavam em ótima fase: Axl era enérgico e tinha uma voz inigualável, estridente porém agradável; e Slash, com suas cartolas, era talentoso ao quadrado, simples assim. Com composições ambiciosas, vemos a retratação de um Axl tendencioso e com uma natureza obsessiva. Axl estava no auge (pena que seu ego também).

Faixas de destaque: Estranged / November Rain


1º - Nevermind - Nirvana (1991)


A música em geral sofria um descenso criativo, o Guns N' Roses era a banda que vinha tendo a responsabilidade em salvar o Rock. Eis que surge, de forma despretensiosa, o álbum mais influente da década de 90. Nisso o primeiro lugar do Nevermind é garantido com folga. Ditou moda, estilo e força ao Grunge. Não só a música, mas toda a cultura pop foi influenciada. Rendeu uma alavancada meteórica ao Nirvana. O discurso do álbum se encaixava com o da geração da época, que vivia uma onda de tédio, fúria e confusão. Pôs o mundo musical do avesso, desbancou o poderoso Dangerous, de Michael Jackson, do topo das paradas. A personalidade obscura do álbum se unificava com a de seu vocalista, Kurt Cobain. Se Axl Rose era o rock star bonitão e bad boy do momento, Kurt surgiu como um contraponto, com seu jeito depressivo e melancólico. O single 'Smells Like Teen Spirit' transformou-se em um hino para a juventude da época e Kurt virou uma espécie de guru espiritual. O Nevermind foi para o Rock o que o efeito borboleta foi para a teoria do Caos.

Faixas de destaque: Smells Like Teen Spirit / Lithium





















Então esses são os 20 melhores álbuns, na minha opinião, dos anos 90. É óbvio que é impossível haver uma unanimidade quando se trata de listas, rankings, etc., por isso deixem seus comentários dizendo quais álbuns vocês acham que faltaram na lista. E até a próxima.


4 de julho de 2013

Top 20 Álbuns dos anos 90 - Parte 1 (20º ao 11º)

Dia desses estava relembrando alguns álbuns clássicos e vi em alguns sites que a maioria desses álbuns eram dos anos 60 e 70, basicamente. Vi também que nos comentários desses mesmos sites, haviam muitos saudosistas dessa época. O mais curioso é que muitos que elogiavam a música dessas décadas, aparentemente, nem eram nascidos nessa época. Inclusive eu, nascido nos anos 90. E, coincidentemente, a década menos lembrada era a dos anos 90. Mas será que os anos 90 foram tão 'pobres' assim em álbuns clássicos? Talvez em comparação com os anos 60 e 70 sim, mas a minha intenção com esse post é provar que a década de 90 também foi capaz de proporcionar grandes álbuns. Então resolvi criar um 'TOP 20 dos melhores álbuns dos anos 90'. Primeiro pensei em um Top 10, mas muito álbum bom ficou de fora, comprovando que os anos 90 foram aproveitáveis musicalmente. Só lembrando que são os melhores álbuns na minha opinião. Certamente algum grande álbum ficará de fora da lista, por isso comentem quais álbuns vocês acham que deveriam entrar nessa lista. Vamos lá!


20º - The Slim Shady LP - Eminem (1999)


Começando, temos o álbum que provavelmente deve ser o mais polêmico da lista. Repleto de apologias a tudo de errado, aqui temos a representação daquela que provavelmente seja a personalidade mais insana do mundo musical: Slim Shady. Mas analisando mais seriamente esse álbum, se é que é possível, vemos o Eminem rimar juntamente com sua outra personalidade (Slim Shady) sobre seus problemas pessoais, suas neuras e tristezas. E tudo com muito sarcasmo. A tradução desse álbum se resume a duas palavras: cômico e insano.

Faixas de destaque: My Name Is / Role Model


19º - Purple - Stone Temple Pilots (1994)


Purple foi lançado já no final da era grunge. Kurt Cobain, o guru do estilo, havia morrido a dois meses. Bandas como Soundgarden, Alice in Chains e Pearl Jam sentiram o impacto e quase ruíram. Mas mesmo assim, o Stone Temple Pilots ousou e lançou o álbum que melhor caracteriza a banda. É um dos álbuns mais diversificados do grunge, apesar de na época alguns críticos torcerem o nariz para o mesmo. Mas, sinceramente, alguém aí dá tanta bola assim para os críticos? Eu não.

Faixas de destaque: Big Empty / Silvergun Superman


18º - Doggstyle - Snoop Dogg (1993)


É bem certo que hoje o rapper Snoop Dogg é lembrado apenas pelas músicas que fez com Katy Perry, Miley Cyrus e outros desses artistas pops de hoje. Mas sim, Snoop Dogg já foi digno de fazer grandes álbuns quando ainda era um rapper de verdade, bem diferente de hoje. Doggstyle foi seu álbum de estreia e nele vimos a popularidade do G-Funk a todo vapor. É um álbum totalmente feito nos moldes de outro clássico do gênero, o The Chronic, de Dr. Dre, no qual Snoop deu sua carta de entrada no mundo da música. Bem verdade que o provável envolvimento do rapper em um caso de homicídio como cúmplice, ajudou a alavancar o sucesso do álbum, mas é inegável que independente disso, o álbum merece todo o reconhecimento.

Faixas de destaque: Gin and JuiceWho Am I?


17º - Dangerous - Michael Jackson (1991)


O último álbum de relevância do rei do pop, Dangerous foi arquitetado para ser o novo Thriller do astro. Falhou. Mas nem por isso podemos dizer que Dangerous ficou devendo, pelo contrário, aqui temos clássicos como: 'Black or White' (single mais bem sucedido da década); 'Jam', com seu fantástico clipe com os dois MJs (Jackson & Jordan); dentre outros. Nem preciso falar que os clipes custaram uma fortuna, basta olhar os seus convidados: Eddie Murphy, Michael Jordan, Magic Johnson, Macaulay Culkin e Naomi Campbell.

Faixas de destaque: Black or White / Jam


16º - Creepin on ah Come Up - Bone Thugs-N-Harmony (1994)


Donos de um estilo único no cenário musical, o Bone Thugs conquistou através desse EP o reconhecimento necessário para se tornar um supergrupo do rap. Composto por cinco amigos de Cleveland (muitos deles parentes), o grupo tem um fato curioso na sua história: quando ainda não eram famosos, eles ficaram sabendo que o rapper Eazy-E, já consagrado no gênero, foi fazer um show em Los Angeles. Eles prontamente foram até seu encontro atrás de um contato com o rapper, para que ele ouvisse algumas das suas demos. Não conseguiram. Logo depois, Eazy-E foi fazer shows em Cleveland e o Bone Thugs tentou outro contato. O resultado: Eazy-E se encantou tanto com eles, que fez questão de participar do EP do grupo. Enfim um mentor. Enfim sucesso.



15º - Metallica - Metallica (1991)


Popularmente conhecido como "Black Album", o álbum foi duramente criticado por alguns dos fãs mais fanáticos da banda, tendo em vista que o Metallica havia mudado aquele som que tanto o caracterizava, o trash metal com seus riffs acelerados e raivosos, além do vocal gutural. Isso só denota o quão importante é ter uma mente mais ampla para novas experiências. O Black Album apresenta um Metallica mais maduro musicalmente e, sem dúvida, alavancou ainda mais o status da banda.

Faixas de destaque: Enter Sandman / The Unforgiven



14º - Post - Björk (1995)


Um dos álbuns mais influentes da década, eu gosto de classificá-lo como um eletrônico experimental, que alterna deliciosamente entre o trip-hop e o dance. É impossível ouvir o álbum e não se apaixonar pela interpretação dessa islandesa. Chega a ser algo etéreo, puro, ao mesmo tempo que se apresenta de forma surreal. É uma experiência vanguardista e inesquecível. É uma viagem.

Faixas de destaque: Army of Me / Isobel



13º - Illmatic - Nas (1994)


Considerado por muitos como o álbum mais importante da década, nele podemos ver um garoto de apenas 20 anos fazer milagre com suas rimas multissilábicas. É uma obra-prima, ou melhor, um grafite, pra fazer jus ao estilo, digno de grandes exposições. O mais curioso do álbum é que, diferentemente dos outros rappers, Nas inteligentemente viu que ser o narrador de suas músicas era uma tática sábia. Foi o que ele fez: descarregou toda sua vida nas faixas, com belas letras e rimas bem elaboradas.

Faixas de destaque: NY State of Mind / One Time 4 Your Mind


12º - Enter the Wu-Tang (36 Chambers) - Wu-Tang Clan (1993)


O Wu-Tang Clan é um dos grupos mais originais e criativos do rap. E a prova está no álbum de estúdio de estreia deles. Nele temos 9 rappers claramente influenciados por filmes de artes marciais (vide nome do grupo). Lançado em uma época em que os rappers da costa oeste americana (Dr. Dre e Snoop Dogg, principalmente) estavam dominando o cenário com sua levada G-Funk, o Wu-Tang pôs novamente a costa leste no mapa. O álbum tratava principalmente sobre a vida no gueto e a perspectiva do jovem suburbano, sob um ponto de vista reflexivo. É a dita filosofia das ruas. A produção por parte de RZA, um dos membros, também é algo a se destacar, com bases intimadoras e envolventes. Inteligente. Emblemático.

Faixas de destaque: C.R.E.A.M. / Can It Be All So Simple


11º - The Don Killuminati: The 7 Day Theory - 2Pac (1996)


Este foi o 5º e último álbum de 2Pac, finalizado antes da sua morte (o primeiro de muitos póstumos). Infelizmente 2Pac não sobreviveu a tempo de ver seu álbum ser lançado. O rapper que vinha vendendo mais discos do que água, devido ao seu polêmico estilo de vida, teria ficado surpreso ao ver a quantidade de teorias da conspiração que surgiram com o lançamento deste álbum. Deste sobre os autores da sua morte (2Pac foi assassinado e até hoje não se sabe quem foram seus assassinos), até supostas teorias de que 2Pac teria forjado sua própria morte. A começar pela sua nova alcunha, 'Makaveli', em referência ao italiano Machiavelli, autor do livro 'O Princípe'. Parafraseando-o melhor, Machiavelli dizia que era necessário forjar sua própria morte para poder voltar triunfante sobre seus inimigos. E como 2Pac alfinetou seus inimigos nos seus últimos álbuns, nesse não seria diferente.

Faixas de destaque: Hail Mary / Hold Ya Head





















E então, concordam com a lista? Quem vocês acham que ainda está faltando nesta lista? Não se esquecendo, é claro, que essa é apenas a primeira parte. Em breve será postada a segunda (e última) parte do meu 'Top 20 melhores álbuns dos anos 90'. Até lá.

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* Parte 2 (10º ao 1º)