Você já parou pra pensar na quantidade de colegas descartáveis que você já teve ou ainda vai ter? Ou em quantas vezes você foi um colega descartável de alguém?
Vamos lá. O conceito de colega descartável é simples: é aquela pessoa que você cria uma afinidade relâmpago, uma relação afetiva que não dura mais do que um momento. Eles nos servem de ferramenta contra o tédio em filas ociosas, em supermercado lotado, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê.
É isso mesmo. Ferramentas. Nós usamos essas pessoas para que possamos sair de um momento constrangedor, de uma situação embaraçosa ou de um momento ocioso.
O pior é que muitos desses colegas descartáveis, pelo menos momentaneamente, poderiam tornar-se amigos reais. Quantas vezes você não desejaria ter pego um contato com aquela menina do seu cursinho de inglês que curtia a mesma banda que você? Ou aquele carinha que fez você sorrir com uma piada tosca em uma livraria?
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Resumindo, a percepção de colega descartável é bastante conceitual. Há quem considere mais da metade dos contatos do Facebook, por exemplo, composta por colegas descartáveis. Você tem eles lá, mas não dá nem um bom dia na rua quando o ver. Vai entender.
Mas não se esqueça que você também foi um colega descartável de alguém. É, alguém te usou sem cerimônias para quebrar o gelo em determinada situação.
Puritanos dirão que não existem pessoas descartáveis. Eu discordo. Relaxem, faz parte da vida. É como estar em uma festa entediante, com um copo plástico na mão que você absorveu tudo de bom que tinha dentro dele e, depois que o conteúdo dele acaba, você corta e faz uma flor e depois amassa e joga no chão.
E só pra constar: isso não faz de você (ou da pessoa que fez isso com você) uma pessoa má. Apenas uma pessoa normal.
